Em Boca Chica (República Dominicana), o turismo regista uma quebra de 85% devido à invasão do sargaço
11-06-23
A praia de Boca Chica, uma localidade perto de Santo Domingo (República Dominicana), foi invadida nos últimos dois meses pelo sargaço. Esta situação provocou uma quebra de 85% da actividade turística na zona costeira do município, segundo informações da Câmara Municipal.
Os mais de 500 aparthotéis que operam na zona viram a sua actividade reduzida, apesar dos esforços das autoridades de Boca Chica para recolher a malcheirosa alga, que disponibilizaram brigadas de trabalhadores e mais de 30 camiões. Entre eles, foram recolhidas entre 1.500 e 2.000 toneladas de sargaço nos últimos meses.
Além disso, de acordo com informações do Listín Diario, os proprietários e gerentes dos estabelecimentos comerciais da zona, muito preocupados com a situação, também se juntaram voluntariamente à remoção do sargaço.
"Neste momento, o número de banhistas que visitam a praia diminuiu consideravelmente, porque as pessoas não se querem banhar devido à contaminação da água e ao cheiro desagradável que dela emana", confirmou o presidente da Câmara de Boca Chica, Fermín Brito, que apelou ao governo nacional para "enfrentar em conjunto este problema avassalador".
A situação levou a que centenas de pessoas que vieram desfrutar das águas este sábado não o pudessem fazer, porque em alguns locais a cobertura é apenas na parte mais profunda da praia e nos restantes é necessário ir vários metros mais fundo.
"Uma pessoa vem aqui para se banhar e aproveitar um pouco, mas dá vontade de ir embora porque é muito chato e cheira mal", disse um dos que estavam em Boca Chica.
Da mesma forma, os comerciantes, vendedores e operadores de pequenas embarcações que oferecem passeios aos visitantes dizem que a presença do sargaço está a tornar a zona menos dinâmica e esperam que desapareça rapidamente.
Apesar de a chegada do sargaço a diferentes zonas se ter tornado um fenómeno relativamente normal nos últimos anos, cada vez que acontece, provoca alarme.
Sargassum em 2023
Em Março passado, o Laboratório de Oceanografia da Universidade da Florida informou que tinham sido detectadas 13 milhões de toneladas de sargaço espalhadas pelo Oceano Atlântico, um número sem precedentes para a época, considerando que a maior densidade é registada entre Junho e Julho de cada ano.
"A área de sargassum deste ano é provavelmente uma das maiores alguma vez registadas", refere o relatório.
O sargassum é originário do Atlântico tropical e acredita-se que seja o resultado da variabilidade climática e de outros processos naturais e não naturais.
Os especialistas acreditam que as Caraíbas orientais são o local onde o sargaço está mais presente, uma vez que é onde desembarca depois de atravessar o Atlântico vindo de África; a partir daí, distribui-se pelas várias ilhas, América Central, América do Sul, Golfo do México e Florida.
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