Um estudo da TCI Research põe em evidência o fenómeno da turismofobia em várias cidades europeias
11-06-23
A indústria do turismo está em plena actividade, procurando recuperar os valores de actividade anteriores à pandemia. No entanto, nalgumas grandes cidades europeias, há relutância em relação ao turismo excessivo. A corrida aos números não pára. Os destinos e as experiências turísticas estão a mover-se em todas as direcções para voltar a subir a encosta deixada pela pandemia e regressar (ou ultrapassar) os valores anteriores a 2019.
No entanto, um estudo da TCI Research faz soar o alarme. Segundo o investigador Olivier Henry-Biabaud, "os sinais no sector das viagens são verdes, mas também podem ser vermelhos". Enquanto o desejo de viajar continua, numa espécie de grande vingança para o sector do turismo após três anos de dificuldades, são os habitantes de algumas das principais cidades europeias - que são também grandes pólos de atracção turística - que fazem soar o alarme.
Se a taxa média de "turismofobia" na Europa é de apenas 4%, nalgumas grandes cidades chega a "8% de habitantes fartos do turismo". "São pessoas que já não suportam os turistas", explica o investigador, sublinhando que, acima do limiar dos 10%, os destinos estão "na zona vermelha".
"A grande maioria dos europeus considera que o turismo gera mais efeitos positivos do que negativos. No entanto, estão a ser criados antagonismos nas regiões. Aqueles que são contra o turismo estão cada vez mais em desacordo uns com os outros, o que pode criar tensões no seio das comunidades", especialmente na época alta.
Em Amesterdão, a situação é quase extrema: um terço dos habitantes tem fobia ao turismo, segundo a TCI Research, e a cidade intensificou as iniciativas para limitar o afluxo de visitantes. Seguindo este exemplo, "alguns destinos estão a considerar estratégias para reduzir o crescimento, também face à emergência climática. Outros contentam-se com quotas ou indicadores".
A TCI Research estudou igualmente os factores de satisfação dos viajantes e concluiu que o acolhimento oferecido pela população local é o primeiro factor que influencia a satisfação dos turistas. Para limitar o sentimento anti-turista, é importante envolver a população local na dinâmica turística, informando-a e consultando-a. Segundo Henry-Biabaud, as receitas da taxa turística podem mesmo ser utilizadas, em certos casos, para financiar projectos municipais.
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